quinta-feira, 9 de abril de 2009

Máquinas operárias

É, onde esse mundo vai parar... ontem escutei uma coisa que me fez pensar: "hoje as duas pessoas mais conhecidas do Brasil é Max e o Lula". Parece besteira, mais no fundo é pura verdade. Analisamos a vida de um cidadão comum que mora na metrópole; de manhã ele sai de casa pega dois ônibus e um metrô pra chegar no trabalho, no horário de almoço, o operário senta pra saborear sua marmita e conversar com os amigos, o papo geralmente é sobre a televisão, e acaba sempre em discussão de jogo ou de reality show. Volta ao trabalho, e só sai por volta das seis, onde novamente pega dois ônibus e um metrô para finalmente chegar em casa, jantar e assistir a televisão para poder ter o que conversar no outro dia, com os amigos. Esse operário não tem vontade de ler um livro, um jornal, aceita o que lhe é dito pela mídia, afinal o que ele vai ganhar lendo um livro. Ele não tem disposição para fazer nada, além de trabalhar. O mundo contemporâneo transformou as pessoas em simples máquinas orgânicas, onde só o trabalho recompensado é benéfico. A maioria da classe operária no Brasil age dessa forma, não melhorando em nada o futuro do nação, ao contrário, quanto mais pessoas serem alienadas mais atrasado o país fica. Felicidade para alguns políticos que se sentem na "obrigação" de tomar as dores dessa classe, mais que na verdade estão tomando é o dinheiro público.
E ainda temos que escutar que no Brasil, todo mundo conhece Obama. Claro que ninguém foi no interior nordestino pra ver quem realmente eles conhecem bem... deve ser algo parecido com dor, sofrimento e morte, pela falta de comida, falta do básico para sobrevivência. Mais isso a mídia não quer mostrar, porque é o que a população não precisa saber, os operários tem que estarem bem pra poderem trabalhar e pagar seus impostos. Só assim, a disparidade de renda do Brasil continua a crescer, enquanto que o nível de pessoas pensantes continua a cair. Até...

"Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague" - Chico Buarque

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