E como sempre, ninguém olha pros vizinhos. O que precisa ser colocado, e não é nem mencionado, é o conflito ideológico e armado no Peru, onde indígenas da região amazônica tentam mostrar a sociedade que o atual presidente Alan García está privatizando os recursos hídricos e a floresta de mata atlântica, através de acordos internacionais com os Estados Unidos. Os protestos indígenas estão ocorrendo desde o último dia 9 de abril, e nesta sexta-feira acabou com 33 mortos. Claramente não são os números oficiais, já que para o governo morreram onze policiais e apenas três manifestantes. Mas temos que notar que o fato é maior, já que ação gerou protestos e as manifestações se espalharam pelas cidades de Bagua e Jaén, onde edifícios públicos foram incendiados. Os manifestantes protestavam contra uma nova legislação que permite que empresas estrangeiras explorem a madeira, minérios e instalem grandes fazendas nas terras habitadas por indígenas. E os conflitos não ficaram só no combate não, já que o governo insiste es colocar que esses manifestos estão sendo guiados por falsos líderes indígenas e a Associação Interética da selva peruana afirma que os índios estão sendo massacrados e seus direitos estão sendo menosprezados.
O Interessante é que algo muito similar acontece aqui no Brasil cotidianamente, e o melhor é que possuímos a solução mais eficiente e prática, mais não colocamos em prática. Como indío é uma classificação etnológica, antes de sermos pardos, negros, amarelos ou indíginas, somos seres humanos, e como humanos temos direito à vida, somos livres, e isso não é ensinado ao índio, é ensinado que indio é amigo da natureza, então vamos prendê-lo na reserva florestal, se tiver fome, vai à caça; queremos que o indio perpetue a sua cultura. Muito bonito, muito ilusório já que estamos no século XXI. Tratamos o índio como animais no zoológico, como se fossêmos superiores. Se o único argumento é que o índio é uma espécie em extinção e tem que estar na floresta, ou melhor em cativeiro, então você é que é amarelo, volta pra Ásia por que agente vai fechar as muralhas da China pra que você continue a obedecer o seu Senhor feudal. Você que é branco, volte para Europa coloca uma saia e um salto, que agente providencia o chá das três. E o negro, deve voltar para suas origens africanas e se tiver fome, vai à caça no deserto. Ora todos devemos ter os mesmos direitos e deveres, se não o que ocorre é discriminação. É isso mesmo estamos ensinado à nossas crianças, à discriminar, a colocar a diferença física, visível, antes de tudo. Estamos sendo preconceituosos contra uma etnia que julgamos ser inferior. E isso é que está errado, o pensamento inicial de que etnias devem ser comparadas para serem compreendidas. A solução pra toda essa questão é simples, basta fazer um documento de identificação de cada índio, o RG pode ser, e apartir daí eles terão direitos aos mesmos benefícios que qualquer cidadão brasileiro. A reserva florestal não é deles, pois então eles que derrubem tudo e façam grande plantações de soja, cana-de-açúcar, ou o que melhor der. Alguns podem pensar: mais isso é destruição; e o que o homem branco faz, cuida da natureza? Piada. É radical, pode ser, mais é prático e o melhor é indiferente. Isso não irá afetar o operário paulista, ele vai continuar trabalhando dia-após-dia e pagará seus impostos; isso não vai afetar a dona-de-casa que a cada esquina paga impostos; isso não vai nem afetar o meio ambiente, se tudo for feito planejadamente. Mas isso certamente vai afetar quem recebe verba desviada de projetos, verba para passar um caminhão pelas fronteiras, verbas que deveriam ser destinadas à população como um todo.
Mas afinal, quem quer se importar com o índio? É apenas índio mesmo. Foi o que muitas vezes já ouvimos, mas fingimos não escutar. Muito bem vamos ver se você escuta isso: a raça indígena está totalmente extinta do Brasil. Escutou? Não?! Então ainda temos tempo. Por isso insisto e continuarei a insistir: Pense, mais ainda, pense diferente!